sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Gaspar

Querida Anita,

tu que vives sempre à seguir, saibas que seguirei em busca de ti. Tu que és tantas. Tu que és muitas. Tu que és toda um sem fim de possibilidades e partidas e chegadas e desapegos.  Tu, que apesar de tudo e todos és também um porto seguro aos olhos meus pousados nos teus.

O abraço segue aqui atado e todo o calor energético ainda pulsa aquecendo corpo e alma. Meus braços pareciam  buscar o inalcançável, meu peito aninhou_se confortável junto ao seu. Por segundos, creio, estivemos donde nunca imaginemos outrora.. E saibas, foi tão bom ter contigo ali no "entre_lugar" do insondável do mais sagrado de nós.
Pudesses ouvir a sonoridade de minhas palavras e suspirarias meus suspiros, apenas por lembrar de ti, escorregadia em saudades, em urgências...e eu aqui, teso, rijo à conter tantas urgências.

O homem que não escolhestes, que se refugia no fundo estrelado da canoa, que pererecando brinca em meio as palavras e limoeiros e terreiros, gosta deveras de sentir_se menino nos olhos teus, tão meus...ainda hoje em fantasias estivemos contigo nas paragens montanhosas, após ingrime trilha percorrida, fitamos uma belíssima cachoeira, onde banhava_se sacralmente Oxum, mamãe das águas, da beleza e de ti..foi ela quem convidou a  nos banhar em suas santas e gélidas águas, hoje, logo hoje, que na cidade maravilha purgatório da beleza e do caos o calor beira aos 40º. Sonho!!

Aprecio te_la pelas mãos à passearmos em sonhos de lugares, ainda que fujas e sigas, estaremos sempre atados às paisagens, ainda que improváveis, que os olhos nossos vão tecendo à medida que mais se enxergam. Podes seguir. Podes escapar. Podes olhar de soslaio. Podes nem olhar pra trás, mas não podes mais mudar o que foi, o que fomos. Ainda que caminhes, que plantes, colhas e faças tudo o mais que queiras fazer, algo impõem_se dogmático: "Serei sempre o homem que não escolhestes"!

Deixo_te com o calor do nosso abraço que num sopro aproximou_nos de toda uma divindade!

Seu,

Gaspar

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