A falta de nossas trocas me afeta. Nossos afetos e afagos semânticos têm constituído a ponte que me une ao mundo tal qual o conhecemos.
Sem ela o silêncio toma conta do entorno: Ensurdeço, e muda caminho pelas ruas da cidade usando passadiços. Ao atravessar um viaduto, desacelero, perco o ritmo, perco-me do que me conecta e percorro a pista na velocidade dos carros que por ela trafegam e, por um instante, minha mente vaga pelas possibilidades que a pressa dos motoristas me oferecem. Paro. Penso nas manchetes e nas providências. Não estou pronta ainda, não por falta de cansaço.
Tenho vivido tão intensamente minhas possibilidades, que aos 40 anos sinto-me exausta.
Tenho vivido tão intensamente minhas possibilidades, que aos 40 anos sinto-me exausta.
observação da autora: escrita em 19 de maio de 2009. Encontrada entre arquivos em 2022
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