sábado, 25 de junho de 2011

O Reencontro

Querido Alberto,
Não sei se lembra de mim, confesso que com o tempo eu fui me esquecendo de como você era...Eu sou o Pedro, se lembra? Seu namorado das eras. Pois é, faz tempo...
Resolvi que era um dia de me aventurar e sair da rotineira vida que tanto me estressava. A vida não está fácil para ninguém, nem mesmo para pessoas como nós. A conclusão que cheguei foi que deveria viajar... não só na estrada ,mas como nos tempos em que nos conhecemos.
A paisagem está linda, o sol está radiando coragens e loucuras. Não sei se pode me atender em sua casa, mas gostaria de lhe ver novamente. Contar as noticias, tomar um café de fim de tarde e apreciar, à noite, os bares que a cidade oferece.
Estou ansioso, confesso. Pensei em respirar ar puro, e quando digo isso, estou me referindo ao meio de transporte que escolhi: uma bicicleta. Preferi assim, pelo meio ambiente e para de certa forma, me transformar, tentar algo novo, sabe?
Muitas coisas mudaram, na época em que nos conhecemos, se lembra que eu só aceitava ir se fosse de carro e de ar condicionado?! Depois de muitos acontecimentos em minha vida, decidi que era hora de mudar alguns conceitos e perspectivas de vida.
Falando nisso, me casei. Sim, me casei. Tenho uma filha linda, Marília. Mas não me casei de um jeito convencional, devo dizer. Me casei com um homem, Edson. Quem diria, meu amigo, eu , que achava que você seria o único homem da minha vida, me casando com nada mais nada menos, um outro homem.
O deixei em casa, junto com Marília. Queria essa viagem sozinho , como disse, sair do meu rotineiro cotidiano, mas com o tempo que levo para chegar, é melhor me esperar para o café.
Será que poderíamos nos encontrar? Preciso falar contigo. É urgente.
Do seu velho amigo,
Pedro.

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