sábado, 1 de janeiro de 2022

Malabarismos

Querido,

Tanto tempo. Tanto tempo sem notícias, sem palavras, em silêncio comigo. Do encontrou restou a força de uma certeza: é possível!  E da certeza emerge a coragem para seguir adiante [como sempre] sem olhar para trás. 

E sigo entre encontros e despedidas, sinto pulsar em mim o pulso que ainda pulsa. Sempre. 
E é nesse pulsar ritmado que te encontro, ora próximo, ora distante. Ora presente, ora alheio aos malabarismos que me pego fazendo para chamar tua atenção. 

E rio. Por que preciso fazer tantos malabarismos? Por que ir tirando véus diante de um observador que olha em outra direção - em outras direções - a esmo. Não sei. Sei que assim tem sido. E isso revela muito de mim nesse momento. 

Mera fotografia de um instante. Nem real, nem imaginária. Apenas o instante em que ocorre [te ocorre?]. 

Somos nada e somos tudo, em instante nos metamorfoseamos. Eu sou. Tu és?

Sei não, sei nada. Sei apenas do que sinto, das sensações que gritam es sussurram em meus poros cada vez que nos encontramos em sonhos tão reais e em realidades tão efêmeras. 

Tu, como eu, é andarilho nômade pela própria natureza. Nos encontramos nas andanças, seguistes e eu aqui vivendo a experiência de permanecer nas montanhas inebriandes, nas Minas. 

Aqui permaneci enquanto fostes. Seguistes. Segui. Sigamos. 

Assim ficamos. 

Tua

Anita Lopes

P.S. Regressarás das montanhas bolivarianas?




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