domingo, 26 de junho de 2011

Volta

Caio Marques ficou para trás PT Onde? Quem o deixou para trás? Não sei como está nem se voltará PT Muito carinho para todos PT Já sinto a falta de Maria Anita VG Cecília VG Pedro VG Haru VG Thaís VG Dom Quixote VG Vitor e Bernardo PT Avisem chegada para eu dormir tranquilo PT Saberão quanto vale esta visita PT Muitas cartas em breve PT Agora sol brilha mais intenso PT Mais do que nunca VG Alberto Tibaji

sábado, 25 de junho de 2011

O Reencontro

Querido Alberto,
Não sei se lembra de mim, confesso que com o tempo eu fui me esquecendo de como você era...Eu sou o Pedro, se lembra? Seu namorado das eras. Pois é, faz tempo...
Resolvi que era um dia de me aventurar e sair da rotineira vida que tanto me estressava. A vida não está fácil para ninguém, nem mesmo para pessoas como nós. A conclusão que cheguei foi que deveria viajar... não só na estrada ,mas como nos tempos em que nos conhecemos.
A paisagem está linda, o sol está radiando coragens e loucuras. Não sei se pode me atender em sua casa, mas gostaria de lhe ver novamente. Contar as noticias, tomar um café de fim de tarde e apreciar, à noite, os bares que a cidade oferece.
Estou ansioso, confesso. Pensei em respirar ar puro, e quando digo isso, estou me referindo ao meio de transporte que escolhi: uma bicicleta. Preferi assim, pelo meio ambiente e para de certa forma, me transformar, tentar algo novo, sabe?
Muitas coisas mudaram, na época em que nos conhecemos, se lembra que eu só aceitava ir se fosse de carro e de ar condicionado?! Depois de muitos acontecimentos em minha vida, decidi que era hora de mudar alguns conceitos e perspectivas de vida.
Falando nisso, me casei. Sim, me casei. Tenho uma filha linda, Marília. Mas não me casei de um jeito convencional, devo dizer. Me casei com um homem, Edson. Quem diria, meu amigo, eu , que achava que você seria o único homem da minha vida, me casando com nada mais nada menos, um outro homem.
O deixei em casa, junto com Marília. Queria essa viagem sozinho , como disse, sair do meu rotineiro cotidiano, mas com o tempo que levo para chegar, é melhor me esperar para o café.
Será que poderíamos nos encontrar? Preciso falar contigo. É urgente.
Do seu velho amigo,
Pedro.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Uma breve volta


Agora é possível começar uma carta assim, te chamando de querido. Depois de tanto tempo longe foi possível digerir minhas mágoas e transformá-las em uma quase gratidão (o perdão é coisa difícil, quase uma obra de arte que demora a ficar pronta).
Escrevo para avisar que estou voltando uma volta temporária, pois volto pra casa com a certeza de que aí não é mais o meu lugar. Mesmo assim volto pra poder olhar nos seus olhos, pra poder tocar nas suas mãos, pra poder dizer que hoje em dia você nunca ter sido meu de verdade não me faz mais ter dores intensas. Volto pra casa sentindo o vento seco na minha pele tantas vezes úmida, em vão...
Andei por aí nesses últimos tempos. Ouvi o canto de vários pássaros, conheci a vegetação de quase todos os cantos, me habituei a alguns sotaques diferentes, atravessei fronteiras distantes, principalmente as minhas próprias.
A verdade é que não conseguiria permanecer por perto sabendo que eu nunca deixaria de ser amada pela metade, que vivíamos uma mera convenção da sua parte e pura fantasia da minha.  
Parti com o coração partido e grata surpresa foi ir descobrindo aos poucos que eu era mais forte do que eu supunha, que o mundo era mais vasto do que eu poderia imaginar vivendo a vidinha de ser dedicadamente conformada em não ser a minha boca, o meu corpo, a minha alma o que você mais ardentemente desejava.
Desculpe-me não ter dito adeus – seria pedir muito a mim... Eu simplesmente não pude fazê-lo. Sair assim, sem domesticar meu impulso, sem me limitar pelos bons modos, sem fingir que estava tudo civilizadamente bem foi o primeiro passo para eu descobrir que tenho no fundo da alma algo de indomável que só pôde ser descoberto no misto da minha fúria e frustração.
Te digo que sim, um pouco de tudo o que eu senti ainda tem um gosto amargo, mas um pouco de amargura será necessário para seguir a vida que eu decidi seguir. Não me leve a mal se eu não tiver mais no rosto a expressão doce que eu costumava ter há alguns anos atrás...
Estarei aí em breve. Quero te ver. Quero te agradecer pessoalmente por ter me feito ir embora, por ter me permitido, a partir de suas descobertas, me descobrir também. Quero muito te ver e, em nome dos velhos tempos, compartilhar um segredo com você.
Um beijo,
C.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Alberto, querido..

Caio A(lberto), querido..

A viagem iniciou com o dia.
A paisagem até aqui revelou campos e eucaliptos dourados pela seca que se inicia. O calor povoa o ambiente, deixando o ar rarefeito. Olho em volta e imagino por onde andará Caio, aquele que a pouco começa a revelar-se. Mais um pouco de caminho e me distancio do caminho para me aproximar do destino. Por onde andará meu coração? Aqui, ali ou acolá? Na origem, no destino ou no caminhar?por onde andará Maria Anita?
Chego já...

Enviado via iPhone

terça-feira, 21 de junho de 2011

Alberto [Caio X],

Tua resposta me arrebata. Sinto-me tão presente e tão inteira agora. Embora seja o que sou, sou o que falta dizer sobre mim. Sou a experiência dita, a mentira vivida e a vívida mentira dos dias que me acompanham. Soou tão teu o relato sobre aquele que mentia, mas soou também parte do que vivemos [vivemos?]. Nossa mentira profunda e verdadeira, sobre um amor não correspondido ou amor inventado, exagerado, intenso e manso. A um só tempo um conflito em branco e preto, um espaço, um ponto e uma linha.

Aquele Caio que fostes causou em mim tanto que tive de despir-me completamente, distraidamente diante de ti. Desejo oculto? Inconsciente talvez. Desejo de viver com Caio a história, mas com que Caio quisera viver? Afinal, quem é Caio? E que história é essa que não vivo e persigo dia após dia. Estarei em busca do fim do arco íris ou tocar o horizonte com a ponta dos dedos?

De repente me ocorre que minto também ao abandonar o que vivo e me jogar nos braços do que gostaria de viver [fantasia?]. Talvez nunca esteja onde estou, mas onde gostaria de estar [passado ou futuro]. Assim que o tempo vivido é na verdade sonhado, intocável, surreal. Sinto-me uma criança pequena na ponta dos pés tentando sem êxito alcançar o inalcançável.

É, por certo, mais uma ficção inventada por mim. Um papel, uma máscara, uma cena para ver-me livre da enorme responsabilidade por quem sou [quem sou?]. Ficção, tenho escolhido a ficção, onde a vida real talvez me trouxesse a sorte de um amor tranquilo e cálido, prefiro as peripécias e dramas do amor criado e (re)criado a cada carta.

Caio, o verdadeiro Caio, se é que existe um verdadeiro percorre um caminho de despir-se diante de si e olhar-se no espelho. Vê a criança que foi e o homem que se tornou. Ele me conta, e suas cartas me despiram a alma, por isso a confissão que precisava fazer. Estou farta da farsa, só não sei ainda como livrar-me das máscaras. Por tanto tempo estiveram aqui, que sinto não saber como removê-las. Tampouco posso prever o debaixo delas há.

Mas fez-me bem ler teu nome, acompanhado do sobrenome: tão sonoro! Alberto Tibagi, muito prazer, Maria Anita Lopes do Canto. Despida diante de ti e a caminho da verdade que falta e da verdade que sobra.

Sua sempre,

M.A.L.C
[A.L.]

Alberto Tibaji: Fim de uma farsa

Alberto Tibaji: Fim de uma farsa: "Querida Anita [Anita?], Há quanto tempo longe da tua companhia... Fazes-me falta! Perdão pela minha traição. Peço. Acabo de pedir. Creio qu..."

segunda-feira, 20 de junho de 2011

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Bilhete

Caio M.,

Segundo Bataille,'' nas experiências extremas do amor e (ou) do erotismo, o indivíduo põe violentamente em crise todas as próprias certezas e coloca a si mesmo numa condição existencial de desequilíbrio.''

Sua, A.L.

sexta-feira, 3 de junho de 2011